que é a psicoterapia infantil?
“Quando olho uma criança ela me inspira dois sentimentos, ternura pelo que é, e respeito pelo que possa ser.” (Jean Piaget)
A psicoterapia infantil é uma abordagem dentro da psicologia, que trabalha com intervenções específicas para auxiliar as crianças a encontrarem o seu equilíbrio psíquico, melhorando a sua qualidade de vida e proporcionando uma infância mais feliz e saudável.
Apropriando-nos dos saberes da psicanálise infantil propostas por Melanie Klein, Anna Freud, Winnicott, Virginia Axline, dentre outros estudiosos do assunto, oferecemos atendimentos semanais individuais ou em grupo para crianças entre 2 e 14 anos, com 45 minutos de duração.
Como funciona a psicoterapia infantil?
“Brincando se pode dizer de tudo, até a verdade.” (Freud)
Através das técnicas da ludoterapia e do autoconhecimento, o terapeuta ajuda a criança a identificar os seus medos, receios e frustrações. A psicanalista austríaca Melanie Klein afirma que é “através do brincar que a criança consegue expressar os seus sentimentos. (...) Quando está brincando ela se torna ainda mais espontânea e transparente, revelando os traços de sua personalidade, a sua organização psíquica, e o seu desenvolvimento intelectual. Ela consegue imitar, recriar e transformar os acontecimentos, fantasias e recalques mais profundos existentes em sua mente, pois sente-se protegida.” 1
Utilizando recursos como livros, desenhos, músicas, jogos e brinquedos, criamos o vínculo terapêutico e passamos a trabalhar o autoconhecimento levando a criança a se conscientizar de suas dificuldades, esclarecendo, enfrentando e aprendendo a controlá-las e também despertamos e vivenciamos suas qualidades e talentos. Evitando assim, que diversas enfermidades psíquicas diagnosticadas nesta fase da vida, possam prejudicar a sua saúde mental na idade adulta.
Por tratar-se da elaboração de conteúdos subjetivos, o tratamento se dá em longo prazo, não sendo possível determinar uma data para seu término.
Como identificar se uma criança está necessitando de acompanhamento psicoterapêutico?
Traumas psicológicos, incompreensões, expectativas não alcançadas, abandono afetivo, abuso sexual... São diversos os motivos que levam nossos pequeninos a começarem a desenvolver seus “sintomas”, que em sua maioria aparecem como desajustes emocionais e comportamentais, frutos de uma estrutura psíquica que encontra-se confusa, insegura e enfraquecida. Eles podem aparecer como hábitos estranhos (ex: fazer xixi na cama e mentir com frequência), apresentar muita agressividade sem justificativa, falta de concentração, problemas de aprendizado e de interação social, adoecer com frequência, compulsão por comida, timidez excessiva, chegando à casos mais graves como a automutilação.
Alguns acontecimentos em sua vida podem ser determinantes para o desencadeamento deles, como a morte de um ente querido, a separação dos pais, o nascimento de um irmão, a mudança de cidade ou escola... São muitos os fatores que podem influenciar na sua saúde psicológica.
Como a família participa do processo?
Segundo o famoso psicanalista francês Jacques Lacan, “o sintoma da criança acha-se em condição de responder ao que existe de sintomático na estrutura familiar.” 2 Sendo assim, além da entrevista inicial e da anamnese, realizamos acompanhamento periódico com os pais/responsáveis para estabelecermos um vínculo terapêutico, baseado na confiança recíproca, que é fundamental para o sucesso do tratamento da criança.
Os encontros têm por objetivo orientá-los e esclarecê-los sobre como agir para aliviar o sofrimento psíquico, assim como descobrir as inúmeras potencialidades daquele pequeno ser em formação, mantendo dentro das possibilidades, o equilíbrio e o bem-estar da família.
Também são realizadas visitas às escolas para maiores esclarecimentos, quando necessário.
Referências
1.Klein, M. (1969). Psicanálise da criança. São Paulo: Mestre Jou.
2.Lacan, J. Outros Escritos. R J: Jorge Zahar Ed., 2003, p.369.
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